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Levantar o ânimo das pessoas 
Alfonso Aguiló

É fácil dizer uma palavra amável e conciliadora, mas às vezes nos custa pronunciá-la. 

"Existem homens que lutam um dia e são bons. Outros lutam um ano, e são melhores. Existem outros ainda que lutam durante muitos anos, são muito melhores. Mas há os que lutam uma vida inteira: estes são os imprescindíveis".

Estas palavras de Bertolt Brecht nos convidam a refletir sobre o quanto são necessárias pessoas que todos nós conhecemos; gente que parece não se cansar nunca, que se faz sempre presente, que sempre está acima do ambiente em que vive: seres humanos que agem como um catalizador de tudo que é positivo naqueles que os rodeiam.

Se pararmos para pensar, há inúmeras pessoas assim, que apresentam naturalmente em suas vidas esta estabilidade emocional e esta maturidade que as tornam acostumadas a promover os demais, passando, elas mesmas, quase despercebidas.

Como todos, elas sentem de vez em quando a tentação de deixar de fazer esse trabalho discreto mas eficaz, de que se encarregam, sentem-se às vezes fartas de ter que ouvir, animar, intermediar, conciliar...

Entretanto, essas pessoas que conseguem fazer tudo isso de modo natural, passando a considerar tal esforço como algo de sua rotina diária, são as que conseguem criar e manter um ambiente de trabalho, de otimismo e de bom entendimento entre todos.

São tais homens e mulheres, esses, cuja influência muitas vezes passamos a dar valor no dia em que nos faltam, e talvez só então percebamos que seu papel era fundamental, que o clima positivo que criavam ao seu redor provinha do fato de terem se habituado a pensar nos demais, a não se cansar de enxugar as lágrimas de uns e outros, a sugerir, com carinho e lealdade, o que era preciso melhorar, a relaxar a tensão que muitas vezes criadas por simples  insignificâncias.

Isso me faz lembrar daquele velho filme de Frank Capra, intitulado "Como é belo viver", em que o protagonista se acha desesperado, a ponto de suicidar-se, e um simpático anjo o faz ver como sua vida tinha sido valiosa e o muito que repercutira para o bem de muitíssimas pessoas.

Para demonstrá-lo, o anjo concede ao protagonista o privilégio de ver o que teria sucedido na vida de algumas pessoas se ele não tivesse existido e, em conseqüência, não tivesse podido ajudá-las.

Graças a isso, ele recupera a alegria de viver, passando a compreender tudo o que uma existência normal pode trazer à vida de tanta gente.

Todos nós podemos incorporar esta atitude a nossas vidas. Porque é fácil dizer uma palavra amável e conciliadora, mas às vezes nos custa pronunciá-la. 

Ora nos detém o cansaço, ora nos distraem outras preocupações, ou é um sentimento de frieza ou de indiferença egoísta o que nos impede.

Passamos a vida ao lado de pessoas que conhecemos, porém mal encaramos, sem reparar naquilo que as faz sofrer, e talvez estejam sofrendo precisamente por se sentirem ignoradas ou pouco valorizadas por nós.

Bastaria uma palavra cordial, um gesto afetuoso, e imediatamente algo  despertaria dentro delas: um sinal de atenção e de cortesia pode representar uma lufada de ar fresco no fechamento de uma existência castigada, nesse momento, pela tristeza e pelo desânimo.

Muitas vezes o que impede esta boa atitude é a nossa impaciência diante dos defeitos alheios. Pode  ser que essas pessoas, que tanto nos impacientam, tenham de fato esses defeitos que tanto nos aborrecem, mas se dermos demasiada atenção a eles, isso acaba gerando em nós uma ansiedade que não ajuda em nada, nem a elas nem a nós mesmos, podendo se tornar algo próximo a uma obsessão.

Por outro lado, muitíssimas vezes o que consideramos defeitos são apenas modos diferentes e legítimos de ser.

Se somos demasiado queixosos, talvez precisemos compensar em fortaleza interior e nos esforçarmos mais, para ser como essas pessoas sobre as quais acabamos de falar (... como essas pessoas, objeto de nossas reflexões).

mamãe panda animando o filhote

Fonte: Interrogantes.net  
Tradução: M. C. Ferreira - 28.01.09

 

Publicado no Portal da Família em 05/09/2009

 

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