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Mulher madura, mulher que sabe amar
María del Rocio Rivera Ramírez

 

As borboletas monarca voam pelo Canadá e pelos Estados Unidos até chegar ao Estado de Michoacán (México), já que nos bosques mexicanos encontram as condições ideais para o seu desenvolvimento e acasalamento. Assim que chegam à maturidade, começam sua viagem de volta. Maturidade que tem a ver com a capacidade de sobrevivência ante ao que as rodeará. Assim como as borboletas monarca, os seres humanos também vivem um processo antes de chegar à maturidade, o qual os permite serem donos das próprias decisões.

Na prática, ser maduro não tem relação direta com a idade, já que pode haver adolescentes maduros ou adultos imaturos. A maturidade é algo mais que ter chegado a certa idade, resulta ter superado uma série de experiências que refletem uma atitude de vida e tem como recompensa a plenitude.

Passar pelo processo prévio da maturidade pode ser árduo e doloroso. Alguns aspectos envolvidos no processo são:

  • Abertura e aceitação da própria dor
  • Conhecimento e aceitação de si mesma
  • Superação de si mesma
  • Disposição interior e decisão profunda de dar o melhor de si aos demais.

Hoje em dia, como em todas as épocas, a dor é parte inerente da nossa natureza. “Dor? Mas eu não quero sofrer”, dirão muitos. É natural que a rejeitemos. Se o dente me incomoda, vou ao dentista para que me dê um diagnóstico. Uma vez que assim o fez, farei o possível para seguir ao pé da letra as indicações médicas e, desta forma, amenizar a dor. Este tipo de dor é relativamente fácil de ser curada. Entretanto, há outros tipos de dores que não são fáceis de identificar e têm relação direta com o crescimento da pessoa.

Vivê-las é irremediável e superá-las é uma condição para o melhor desenvolvimento da nossa personalidade e para o nosso crescimento: dor quando nascemos e saímos  para um ambiente diferente do que estávamos no ventre de nossa mãe; dor quando nos levam pela primeira vez à escola quando não queríamos nos separar de nossa mãe; dor quando temos que compartilhar nosso mundinho com os irmãos ou amigos da escola; dor quando na adolescência começamos a nos conhecer e nos reconhecemos como diferentes dos outros; dor quando não somos aceitos por determinado grupo; dor quando o menino que gostamos não nos quer; dor no processo de escolha da carreira que iremos estudar; dor quando terminamos uma relação com o namorado; dor ante um aparente fracasso profissional; dor ao entender que a pessoa com quem nos casamos tem muitos defeitos que antes não haviam sido observados; dor no parto dos filhos; dor ao ter que educá-los com disciplina e firmeza; dor quando os filhos crescem e deixam o lar; dor quando morrem nossos pais; dor ao envelhecer e reconhecer que se é dependente de outros para sobreviver... Parece um assunto conhecido por todos, mas em muitos casos queríamos deixá-lo guardado em um armário e não ter de experimentá-lo.

Certa vez, uma amiga me disse que a melhor maneira de enfrentar a dor nesse crescimento é fazer o mesmo quando tomamos injeção: “Simplesmente deixar que coloquem a agulha e assim a dor será menor”.

Cada etapa da vida tem os seus próprios desafios: a infância, a juventude, a fase adulta e a velhice. Em nosso crescimento, cada processo traz consigo dor e sofrimento e, ainda que nos empenhemos em afastá-los de nossas vidas, estará presente, porque é necessário para o próprio crescimento e maturidade.

Muitos casais têm que sofrer esse processo de dor ou dificuldade durante o casamento e, ante os momentos de dor ou crise, decidiram se separar. As conseqüências deste tipo de decisão não se dão somente em nível pessoal, mas social. Segundo a Association of Teachers and Lecturers (organização com mais de 160 mil membros), “o declínio da família tradicional está criando um círculo vicioso de fracasso escolar, pobreza e crime”. Uma notícia do jornal de Londres Times, publicada em 24 de abril de 2007, dizia que segundo os estudos da Children’s Society, mais de um quarto dos jovens menores de 16 anos sentem-se deprimidos por causa das tensões na família, nas amizades e no colégio.

Cada vez é mais freqüente a cultura do cômodo, de evitar o sofrimento. Um grande número de crianças cresce acostumado a ter praticamente tudo o que quer e no momento que deseja. Seus pais, com a idéia de proporcionar o necessário e o supérfluo no aspecto material, dão a eles tudo para que “não sofram”. Em nosso mundo, a cada dia são criadas “necessidades” e os pais se sentem na obrigação de satisfazê-las. Isto cria crianças egoístas e com baixa tolerância às frustrações nas diferentes etapas da vida.

Outro grande número de adolescentes pensa merecer tudo sem qualquer esforço, o que provoca atrasos no processo de maturidade pessoal. São adolescentes que baseiam a sua segurança pessoal no dinheiro, nas tendências da moda ou no que a sociedade dita e que cria dificuldades para que vivam seus valores de maneira autêntica. Desta forma, também podemos encontrar adultos que andam pela vida de acordo com o que a corrente lhes dita, dando aos filhos tudo de “material”, esquecendo a importância da atenção, do acompanhamento no aprendizado e da disciplina. Coisas que ninguém de fora poderá formar neles.

A mulher madura está aberta à dor e ao sofrimento no processo de crescimento, enfrenta com coragem sua própria personalidade (fortalezas e debilidades), aceita a si mesma tal como é e sem esconder essa realidade. Ao mesmo tempo, sabe que precisa se superar e o faz com a decisão firme de dar o melhor de si para dá-lo aos demais.

Quantas mulheres fizeram história devido a sua capacidade de entrega, por serem mulheres maduras! Mulheres que estão no anonimato, mas que tomaram a decisão de dar a si mesmas no diferentes papéis que lhes competem: no trabalho, na família e na sociedade.

Que maravilhosa decisão de tantas mulheres, de se casar e formar uma família. Elas levam em suas mãos um grande desafio e uma vocação maravilhosa. Enfrentam o mistério que representa o futuro e, em meio às contrariedades, seguem em frente, lutam e dão o melhor de si mesmas!

Borboleta monarca

Fonte: MujerNueva  

Publicado no Portal da Família em 23/10/2008

 

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