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E com o filho ... chegou o caos! Como educar na Ordem
Ricardo Regidor e Elena López

Ainda que possa surpreender, desde o primeiro ano de vida, a criança já se encontra preparada para começar a viver o hábito da ordem, pois entrou em um específico e importante período sensitivo.

Por volta dos três anos, por sua parte, os filhos situam-se na etapa mais receptiva de suas vidas, que não termina até que completem cinco ou seis anos de idade.

ORDEM NA CABEÇA

Segundo os peritos, a ordem é um hábito base para muitos outros. Graças a ela, as pessoas são capazes de organizar melhor o tempo e as idéias, podem tirar maior partido ao que vêem e aprendem...

Certamente, o que se ensina melhor a uma criança é a ordem material, mas trata-se tão apenas de um primeiro passo. Quando crescer, esse hábito a ajudará a manter em ordem sua cabeça e a ser mais eficaz em tudo o que se proponha. Saber organizar-se é algo que se aprende desde pequeno, começando por organizar os brinquedos no quarto. Não se improvisa.

Uma criança que se habitua a viver no caos, sem que lhe ensinem a por em ordem suas coisas, quando crescer terá mais dificuldade para elaborar um simples comunicado estruturado em sua empresa ou, inclusive, para estabelecer suas próprias prioridades na vida.

O MELHOR DOS TRIUNFOS

Por muito que custe crê-lo a mais de uma mãe, as crianças são as primeiras que desejam aprender a viver a ordem.

Talvez resulte mais complicado habituar-lhes à atividade de ordenar, mas é fácil perceber que os filhos se sentem mais confortáveis quando "controlam" as situações. Basta que se guarde duas noites seguidas o pijama sob o travesseiro... à terceira ele próprio o procurará ali, e encontrá-lo constituirá o melhor dos triunfos.

Nestas idades, as crianças requerem estabilidade, saber qual é o lugar para cada coisa e o que vai ocorrer a seguir. Conhecê-lo é fundamental para seu desenvolvimento psíquico e emocional, e nas mãos de seus pais está o proporcionar-lhes essa ajuda, ensinando-lhes que cada coisa deve ter seu lugar, e apresentando-lhes com paciência exemplos de conduta ordenada.

Uma forma concreta de ajudar-lhes será tentar cumprir os horários de refeições, suas horas de sono, atender seu asseio pessoal e necessidades fisiológicas, respeitar suas saídas de passeio e de brincadeiras.

PEQUENAS DEMONSTRAÇÕES

Para que a criança possa começar o mais breve possível a viver a ordem, as primeiras lições devem ser puras demonstrações ante seus olhos.

Ainda que a criança não possa entender exatamente o que estamos lhe dizendo, ela será capaz de captar no ar a mensagem se observa seus pais recolhendo e ordenando seus brinquedos no quarto, os potes na cozinha, etc. Observar como esta atividade se repete sempre após uma brincadeira ou depois de comer, lhe irá fazendo assimilar que a ordem vai anexa a todas as atividades. Assim, logo se lhe poderá ir exigindo pequenos detalhes concretos, como deixar os sapatos juntos ao pé da cama ao deitar-se, ou levar a fralda suja ao cesto de lixo depois de trocar-lhe.

Pouco a pouco, a exigência poderá crescer, e se acostumará a guardar as mini cozinhas - separando os talheres das frutas e verduras - antes de começar a brincar com as bonecas ou simplesmente, será capaz de colocar os livros na estante, retos e com a lombada para fora.

Conselho prático: Em um pequeno mural que se colocará no corredor, pode-se pendurar uma cartolina com o nome de cada filho. Cada vez que um deles realizar um ato de ordem por sua própria iniciativa, se lhe apontará dois pontos positivos. Quando tenha que recordá-lo, porque se esqueceu, e obedeça, apenas ganhará um. Se ele continua sem ordenar, perderá um ponto. Cada dez positivos, a criança poderá escolher uma sobremesa, o filme de vídeo do sábado, ou decidir se convida aos primos para brincar.

 

NÃO SE CONSIDERA ORDEM

  • Arrumar o quarto apenas às 21:15 hrs da noite, quando o caos chegou a tal extremo que nem os pais - e muito menos a criança - são capazes de enfrentá-lo.
  • Tirar todas as coisas da vista, mas não para colocá-las no lugar que corresponde a cada uma, mas para distribui-las de qualquer jeito por caixotes e cestos, criando uma desordem que - ainda que não se veja - é ainda maior.
  • Colocar em seu lugar os lápis sem apontar, colocar no armário a roupa suja ou guardar na caixa os brinquedos quebrados. Ao recolher, há que revisar as coisas, para retirar ao que há que limpar, consertar ou separar.
  • Guardar as peças de lego quando ainda há um irmão que não terminou sua construção. Cada coisa tem seu momento, e ordenar também. É um hábto que não deve se converter em obsessão.

 

ESTABILIDADE E AUTONOMIA

Os acontecimentos encadeados, ou seja, numa seqüência, são também um bom método para inculcar a ordem nos filhos. As sequências de atos não apenas facilitam a criança na aquisição de um hábito em concreto, mas tornam mais tolerável a obediência, e lhes proporciona uma enorme estabilidade e autonomia, pois realizam os atos quase de forma automática.

Por exemplo, pode-se acostumar o filho para que cada vez que chegue do colégio, creche ou parque, vá direto dar um beijo na mamãe, pendure o abrigo, coloque os sapatos, lave as mãos e se sente para lanchar. E, quando chegar a hora de costume, que pegue o pijama, deixe que o banhem, se sente para jantar, reze suas orações e fique quieto enquanto sua mãe lhe agasalha na cama.

Uma vez que tenha aprendido casa sequência, tão apenas haverá que indicar-lhe ao primeiro ato, para que saiba o que vem a seguir e o faça.

COMO UM JOGO

Em qualquer caso, um dos métodos mais eficazes para ensinar-lhe a ordenar é, sem dúvida alguma, o do jogo. Isto não quer dizer que se tire o sarro com a criança, mas que seus pais se adaptem a sua mentalidade infantil.

Com estas idades, as crianças aprendem as coisas brincando. Assim que haverá que ensinar ao pequeno - com muita paciência e bom humor - a brincar de ordem.

Não será tão difícil fazer-lhe ver que esta atividade tem sua parte lúdica e criativa - hoje ordenamos os brinquedos por tamanhos, amanhã por cores - e que sempre é possível superar-se nela. O exemplo de seus pais terá, como já se sabe, uma grande importância no resultado final.



 


 

Fonte: Texto traduzido do livro "A Idade da Decolagem - Como educar seu filho de 0 a 6 anos", Coleção Fazer Família, de Ricardo Regidor e Elena López.

RICARDO REGIDOR é licenciado em Ciências da Informação e redator chefe da revista educativa especializada Fazer Família. Em suas páginas publicou numerosos artigos sobre educação e o mundo infantil. Dirige uma coleção de literatura infantil, publicou um livro de contos para crianças e é monitor de tempo livre, como voluntário, em uma organização para os menores. Pensa que os pais hão de voltar a tomar consciência de que a educação de seus filhos é coisa deles, e que há que realizar um esforço maior por fortalecer a família e os laços afetivos que se criam nela.

ELENA LÓPEZ é licenciada em Ciências da Informação pela Universidade Complutense de Madri. Nos últimos anos, publicou diversos artigos sobre pedagogia infantil, juvenil e família, e atualmente desenvolve sua atividade profissional na revista educativa especializada Fazer Família. Esta experiência levou-lhe a dirigir a presente coleção, A Arte de Educar, na qual depositou grandes esperanças pela ajuda que pode prestar aos pais em seu trabalho. Não apenas porque cada filho é um mundo, mas porque os tempos mudaram e já não servem as teorias de épocas passadas.

Publicado no Portal da Família em 11/01/2007

 

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