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A EDUCAÇÃO DO PATRIOTISMO
David Isaacs


"Reconhece o que a pátria lhe deu e lhe dá. Tributa-lhe a honra e o serviço devidos, reforçando e defendendo o conjunto de valores que representa, tendo, ao mesmo tempo, por seus, os afãs nobres de todos os países".

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Antes de comentar a educação desta virtude, conviria esclarecer distintos aspectos da descrição operativa que anunciamos acima. A pátria assegura ao indivíduo as condições indispensáveis para seu desenvolvimento intelectual, moral, social e econômico.

Portanto, a pessoa necessita reconhecer o que sua pátria lhe deu e o que lhe dá, para, a seguir, atuar justamente com ela. Inicialmente, o patriotismo faz referência às relações pessoais de cada indivíduo com sua pátria. Somente depois, tem sentido a defesa e proteção dos valores que representam, frente a influências prejudiciais alheias. É interessante saber que Santo Tomás inclui este dever para com a pátria dentro da virtude da piedade, que também ordena as relações da pessoa com seus pais e, por extensão, com a grande família. Diz: "Depois de Deus, são também princípios de nosso ser e governo, os pais, já que deles nascemos, e a pátria, posto que nela nos criamos. Portanto, depois de Deus, aos pais e à pátria é a quem mais devemos".

Em um sentido mais pleno ainda, o conceito da piedade pode aplicar-se ao respeito e ao amor que se tributa à Igreja, como mãe e educadora dos homens e dos povos na vida sobrenatural, e como princípio vital da sociedade humana. É curioso notar como os costumes de alguns povos, no passado, apoiou este triplo dever -com a Igreja, com a família e com a pátria- orientando seus filhos a profissões ou a responsabilidades relacionadas com ele. Concretamente, no século XVIII, o filho mais velho herdava os bens da família e tinha o dever de administrá-los pelo bem da família. Os filhos seguintes, freqüentemente, entrariam na Igreja ou no exército.

Por um lado, o patriotismo significa reconhecer o que a pátria lhe deu e o que lhe dá. Significa, por outro, tributar-lhe a honra e serviço devidos, reforçando e defendendo o conjunto de valores que representa. Em relação a este aspecto da virtude, encontra-se um dos vícios que pode desnaturalizá-la. Concretamente, o cosmopolitismo, que supõe a indiferença -afetiva ou de fato- no que se refere à pátria. Em conseqüência, o indivíduo pode deixar de preocupar-se pelo bem comum e, simplesmente, buscar uma satisfação pessoal às custas dos demais.

A última parte da descrição operativa faz referência a respeito de outros países. Em relação a este tema, o ponto 75 de Gaudium et Spes diz: "Cultivem as cidades com magnanimidade e lealdade o amor à pátria, mas sem limitação de objetivos, de modo que tenham sempre presente e busquem, ao mesmo tempo, o bem de toda a família humana". O dever da pessoa não deve ficar limitado à atenção de sua própria pátria. Este exclusivismo se reduz a um nacionalismo exagerado, chegando a depreciar com palavras e com atos os demais. A vida nacional deve ser considerada como algo apolítico. "A vida nacional se converteu em princípio de decomposição da comunidade dos povos quando começou a ser utilizada como meio para fins políticos, isto é, quando o poder central organizado de um Estado fez a vida nacional a base de sua expansão e de suas ânsias dominadoras. Por esta razão, consideramos a política nacionalista como germe de rivalidades e teia incendiária da discórdia".

Estes esclarecimentos são necessários antes de centarmos atenção na educação da virtude do patriotismo.



Do livro "A educação das virtudes humanas e sua avaliação", de David Isaacs.

 

 

 

 

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