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Os cinco "AS" : Regras de ouro para Noras

Luz María de la Fuente

 

Luz María de la Fuente, também ela nora e sogra, apresenta aqui algumas regras de ouro para um bom relacionamento entre noras e sogros.

De nada nos adianta saber a teoria, se os conhecimentos e boas intenções não se cristalizam em propósitos claros e firmes. O bem deve ser praticado já. Em que consiste então, do ponto de vista prático, o amor da nora pelos sogros? Vejamos algumas regras de ouro que, de certa forma, o resumem:

* Aceitar a ajuda dos sogros, pedir-lhes que "dêem uma mão" cuidando dos filhos, nas compras, na escolha de um bom lugar para passar os fins de semana, etc... Ou seja, deixar-se ajudar por eles. Os sogros, avós ou não, sentem-se muito honrados de que as noras e genros precisem deles... até onde for razoável precisar.

* Acompanhá-los, fazer-lhes companhia. Quando a nora está com os sogros, eles devem sentir a sua companhia. Não dá na mesma estar de qualquer maneira, por simples obrigação, pensando em outra coisa, desejando ir-se embora, assistindo à televisão ou ocupando-se em alguma tarefa na cozinha, e estar de verdade, centrando todo o afeto e atenção neles. Pode-se estar com os sogros durante várias horas no fim de semana, ou apenas uns breves minutos em que se passa pela casa deles para cumprimentá-los... Tanto faz. O essencial não é o tempo, é demonstrar-lhes que se tem afeto por eles.

Fazer companhia é uma bela maneira de conviver e de alegrar a solidão dos pais e dos sogros. Não esqueçamos que a palavra companhia (do latim cum e panis) significa compartilhar o pão. Haverá algo mais íntimo e expressivo para manifestar a afeição que nos une àqueles que necessitam de nós?

* Aconselhar-se com os sogros, pedir-lhes conselho com freqüência sobre os mais diversos assuntos, mesmo que em princípio se saiba muito bem o que fazer; afinal, ninguém é obrigado a pôr em prática sempre o que lhe recomendam. Por outro lado, porém, quantas vezes não se descobrem "dicas" de grande valia e utilidade prática onde nem sequer se suspeitava que elas podiam ser encontradas! Portanto, quanto mais conselhos - e poucos haverá tão desinteressados como os dos sogros -, melhor.

* Ajudá-los. No relacionamento com os sogros, deve-se evitar procurá-los principalmente por motivos utilitários. A melhor maneira de sanar essa tendência, tão em voga hoje em dia pela insegurança que caracteriza os casais jovens, é "virar o jogo". Explico-me. Por que não poderia a nora perguntar de vez em quando à sua sogra: "Em que posso ajudá-la?" E não se trata, obviamente, de uma mera fórmula de cortesia: é, antes, uma atitude de serviço. Porque deve estar disposta a meter ombros, se essa pergunta receber resposta...

Nota especial destinada às sogras: a nós, os "jovens velhos" - que formamos na atualidade a ingente multidão de avós e sogros animados por uma grande vontade de viver e de continuar na linha de frente -, talvez nos repugne especialmente a perspectiva de deixar-nos ajudar pelos nossos filhos e seus cônjuges, porque "nos sentiríamos inúteis". De certa forma, toda a nossa vida transcorreu com a preocupação de servir os outros, e agora... Mas devemos fazê-lo, mesmo que seja apenas para dar ocasião aos nossos filhos por natureza ou afins de demonstrarem o seu carinho...

* Autonomia. Um jovem casal deve estar empenhado em construir o seu próprio lar, ou seja, em buscar quanto antes a autonomia. Aceitar a ajuda dos sogros, acabamos de vê-lo, é uma forma de caridade, mas nada tem que ver com depender deles por tempo indeterminado, sobretudo em matéria econômica. Um casal jovem tem de buscar a sua autonomia em todos os âmbitos, e quanto antes.

Hoje, são cada vez mais comuns os casos em que os sogros de um ou de ambos os lados têm de ir em socorro dos recém-casados, primeiro para pagarem o apartamento ou a casa, depois para não se atrasarem com as prestações do carro, depois para montarem um negócio próprio... E chega-se a uma situação em que esses "filhinhos de papai" acham simplesmente "natural" que "os velhos" deixem de sair de férias ou adiem uns consertos na casa para acudir aos seus gastos.

Li em algum lugar que "a boa sogra deve ter a boca fechada e a bolsa aberta". Penso que este é um dos casos em que a sabedoria popular se equivoca. É evidente que pode haver situações inesperadas em que seja necessária uma ajuda "extra", mas isso não pode tornar-se um incentivo habitual, digamo-lo com todas as letras, para a indolência, a imprevidência ou a ambição dos jovens. Do ponto de vista dos sogros, é preciso que vençam a timidez e aprendam a dizer "não", ou "basta", de maneira amável, porém decidida; mas a iniciativa deveria partir - sejamos honestos - da jovem geração, tão ciosa de moldar a própria vida.

O que digo da ajuda econômica aplica-se igualmente a todos os outros "subsídios" que se solicitam aos sogros: transformar-lhes a casa em "pensão", enquanto ainda não se tem moradia própria; ou em "berçário", deixando habitualmente o filho pequeno com eles nos fins de tarde ou fins-de-semana, só para se poder "curtir" com tranqüilidade o curso de cerâmica ou o cineminha; ou ainda em "restaurante" ("Mamãe, vim jantar aqui hoje porque a Laurinha resolveu fazer compras com as amigas e só volta tarde", ou, pior ainda: "A gente veio jantar hoje porque a Patrícia aqui não estava com vontade de cozinhar hoje"), etc.

Prezadas candidatas a noras ideais, este é um ponto que eu desejaria que todas tivessem muito presente. Amar é o contrário de ser um fardo!


"A Sogra (e a Nora) Ideal", Luz María de la Fuente - Ed. Quadrante, 1998, São Paulo



 

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