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Fabio Toledo

Coluna "Assuntos de Família"

Ensinando a lidar com as frustrações

Fábio Henrique Prado de Toledo

Os educadores e psicólogos ressaltam a importância de ensinar as crianças e adolescentes a lidar com as frustrações. Mas como fazer isso de uma maneira eficiente?

Pais, mães e professores precisam considerar que são guias. E, como tal, devem conhecer o caminho a seguir. Por isso, é necessário que o educador também aprenda a lidar com as próprias aspirações. É que, como quase tudo em educação, a formação se dá principalmente pelo exemplo.

Mas o que é frustração? No Michaelis - Moderno Dicionário da Língua Portuguesa encontramos a definição de frustrar como “enganar a expectativa de”. Assim, antes de um sentimento, é um fato, algo que ocorre quando uma expectativa não se realiza. A partir dessa constatação podem surgir inúmeras reações interiores: decepção, desânimo, desalento ou mesmo a determinação de superar as dificuldades.

Assim, as frustrações dependem diretamente das expectativas. Em um concurso de cães adestrados, um dos participantes, falando em tom de brincadeira, mas já se precavendo do possível fracasso, disse ao seu animal: “Senta, deita, ou faça o que quiser!”. Nesse caso, precisamente porque não formulou nenhuma expectativa, não haverá como se frustrar. Mas não conseguimos fazer o mesmo em nossas vidas. Todos temos projetos, sonhos e ideais, tanto para nós como para aqueles que convivem conosco.

E se temos expectativas, certamente teremos frustrações, pois o mundo não gira ao nosso redor. Por consequência, nem tudo sairá como havíamos imaginado. Isso vale para os grandes projetos, como a ascensão profissional e os êxitos sonhados para os nossos filhos, como para os pequenos incidentes do nosso dia-a-dia, como ser atendido pontualmente num consultório médico ou mesmo que os filhos retornem a casa no horário combinado. Sendo assim, o que fazer quando as nossas expectativas se frustram?

Um primeiro ponto talvez seja aprender com os erros, buscando aprimorar sempre para atingirmos a habilidade necessária para sermos mais eficientes. As livrarias estão abarrotadas de manuais que ensinam a fazer isso, especialmente no mundo dos negócios.

Mas, por mais eficientes que sejamos, jamais termos o domínio de tudo. Além disso, há um tipo de frustração que é muito mais cruel: é aquela que surge quando atingimos um objetivo a que tanto sonhamos, mas então cai sobre nós a terrível decepção de notar que nele não estava a tão almejada felicidade. Essa sensação pode surgir quando, finalmente, adquirimos uma casa, um carro, ou obtivemos o cargo profissional há tanto esperado.

Essa modalidade de frustração, mais profunda e perversa, nos traz a sensação de termos jogado pela janela anos e anos das nossas vidas. E ela somente pode ser evitada se alinharmos nossas expectativas a um plano superior, que nos move a um projeto de vida calcado em bases mais sólidas. É que cada ser humano que povoa o planeta nasceu com uma missão. E a sua realização pessoal – que se opõe à frustração de que vimos tratando – somente se atinge alinhando nossas expectativas com essa missão. Mais ainda, deve ela orientar nossos projetos e decisões.

Mas o seguimento dessa missão não deve permanecer no âmbito das ideias, como algo que mantemos na estratosfera da nossa existência. Há de se traduzir em ações concretas, onde também as pequenas frustrações do trânsito, da esposa, do marido, dos filhos, dos pais podem minar a nossa alegria. E então há que se fomentar as virtudes: fortaleza, generosidade, saber colocar-se no lugar do outro etc.

Além do esforço para dar bons exemplos, convém também que os pais e professores estimulem nos filhos a vivência das virtudes. É que elas firmarão as bases necessárias para lutar com afinco para buscar os ideais nobres que a missão de cada um lhes apresenta. E proporcionarão também a sabedoria para superar com alegria e bom humor as inúmeras contrariedades que a vida nos traz.

Mas essa “receita” para lidar com as frustrações ficaria incompleta se não colocássemos um ingrediente principal: considerar que antes de serem nossos filhos eles o são muito especialmente filhos de um Pai que os ama loucamente. E o que poderá frustrar uma mulher e um homem que caminha pelas estradas deste mundo com essa certeza?

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Fábio Henrique Prado de Toledo é Juiz de Direito em Campinas e Especialista em Matrimônio e Educação Familiar pela Universitat Internacional de Catalunya – UIC.

e-mail: fabiohptoledo@gmail.com

Blog: http://fabiohptoledo.blogspot.com.br/

Publicado no Portal da Família em 28/08/2013

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