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Menos campanha e mais educação

Mullins, Andrew

A chave para uma educação saudável

As livrarias estão cheias de livros sobre a educação das crianças, mas muitos se concentram exclusivamente no imediato: como fazer a criança feliz (e não como educá-la para que possa ser feliz no futuro), como evitar os traumas infantis etc. Por outro lado, raramente falam sobre como ensinar as virtudes, como se essa educação não fosse eficaz ou como se a palavra pudesse ferir sensibilidades.

A crise das crianças indica que nossos métodos educacionais não são mais eficientes. As sociedades ocidentais têm estado de acordo (numa tradição ininterrupta de 24 séculos) em que as virtudes são a base da formação do caráter e do desenvolvimento da personalidade, e não apenas uma possibilidade entre muitas outras que um ser humano tem para amadurecer.

O distrito onde meu colégio está localizado apresenta os riscos típicos para jovens urbanos: venda de drogas, festas extravagantes, saídas noturnas até muito tarde, vandalismo etc. O que fazer? As escolas australianas não se preocupam em ensinar virtudes, mas apenas em formar a inteligência, ensinar algumas habilidades e conseguir uma boa média de aprovação.

A solução mais adequada seria ensinar os jovens para que saibam diferenciar o que está bem do que está mal. Ensiná-los a praticar as virtudes clássicas e a não burlar as regras do jogo. Uma pesquisa de Michael Resnick publicada no Journal of the American Medical Association em 1997 demonstra que as crianças educadas segundo princípios morais tinham menos risco de se envolver com drogas, com o álcool ou com a promiscuidade sexual.

Então, por que esperamos até a adolescência para fazer algo? Porque nos esquecemos de que os bons hábitos se aprendem com mais facilidade na infância que na adolescência, que costuma ser um momento de crise.

Outra causa da vulnerabilidade atual das crianças é a perda do exemplo de modelos masculinos positivos. Os pais são o modelo natural para as crianças. Por meio deles, seus filhos aprendem a ser homens e entendem o que significa ser fiel à família, a capacidade de superar as dificuldades, o respeito à mulher, o valor do trabalho como serviço etc. Sabe-se que as pessoas imitam aqueles que admiram.

Na adolescência, pais e filhos não são pessoas especialmente próximas, e não é estranho que ambos tenham deixado de se dar bem. Muitos pais australianos cresceram nos anos 50 e 60, quando o conflito de gerações foi mais acentuado. Eles não se entenderam com seus pais, e agora estão experimentando a mesma sensação que produziram em seus lares. E, uma vez que se tenha aberto o fosso entre pai e filho, é muito difícil fechá-lo.

Para resolver o problema, nenhum método é tão eficaz quanto os colégios. As escolas estão em contato com 95% dos pais com filhos pequenos, ou seja, têm uma via de entrada em milhares de lares, e podem dar aos pais o apoio necessário para que eles sejam melhores.

Alguns colégios organizam reuniões com os pais nas quais distribuem a eles os resultados de pesquisas feitas com as crianças. Muitas delas afirmam que é difícil conversar com seus pais porque eles sempre voltam estressados para casa. Um garoto afirmava que o melhor momento para dialogar com o pai era quando seu time vencia; o pior, quando ele perdia. Crianças de 8 e 9 anos diziam que era difícil se comunicar com suas mães quando elas estavam de mau humor. Em resumo, as crianças se desanimam com as chateações, impaciências ou a resistência ao incômodo que seus pais, às vezes, apresentam.

Temos experiência de que essa informação ajuda aos pais. Não há pai ou mãe que não queira ser melhor. Mas também comprovamos que desejos e realidade são coisas diferentes. E a realidade é que pais que são "maus educadores" podem cortar os vôos de seus filhos pelo resto de suas vidas.

Alguns programas de virtudes humanas ajudam a desenvolver a educação do caráter. O programa trata uma virtude por semana, apropriada à idade de cada criança, com idéias práticas para que ela a aprenda. Meu colégio tem desenvolvido este programa desde a sua fundação, em 1986. Os pais que seguem o programa, em casa o tornam mais efetivo, e o esforço daqueles que desenvolvem a virtude semanal é uma excelente motivação para os filhos. Os professores sabem que sua atitude em sala de aula fortalece ou destrói a prática das virtudes. Se um professor faz vista grossa à sujeira em classe ou não deixa claro que o que se quebra deve ser pago, o que se ensina à criança em casa pode ficar inutilizado.

Mais de 24 séculos de história significam que um programa para educar com as virtudes pode ser tudo, menos uma experiência no escuro.

Interprensa - Edição 45 - ano V - Abril 2001

 

 



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