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Adolescente e Repetência: refazer um ano letivo ou fazer diferente!


Adriana Fóz

Mais um ano letivo chegou ao fim. Muitos alunos foram aprovados e outros enfrentam a repetência.

Para a maioria é um período de satisfação, de comemoração de mais um ano conquistado, mas para os que não obtiveram notas e comportamento suficientes é um período de decepção, tristeza, desafio...e oportunidade.

A princípio a reprovação não deve ser um castigo desde que seja contextualizada, trabalhada e transformada em aprendizado.

Para tanto algumas condutas devem ser estabelecidas:

1 - Conduta de reflexão

  • Entrar em contato com o desempenho ao longo do ano;
  • Onde e o que fiz ou não fiz para não alcançar a  aprovação;
  • A atual escola é a mais adequada ao meu perfil? Verificar junto aos pais e também especialistas;
  • Solicitar ao adolescente que ele escreva seu balanço com responsabilidade;
  • O que quero para minha vida no próximo ano, daqui a cinco anos e daqui a 10 anos? Escreva e guarde.  

2 - Conduta de escolhas

  • Como quero e posso cursar o próximo ano?
  • Não podemos ter tudo, por exemplo, muitas baladas e estudos para provas. Como posso a partir de hoje exercitar minha mudança de atitude;
  • Ajudar a mãe em tarefas domésticas, ajudar o pai em seu trabalho, ou ter mais responsabilidade em alimentar e cuidar do seu animal de estimação, por exemplo;
  • Estudar só na véspera é sinônimo de risco alto de não dar certo;
  • Estudar um pouco todos os dias é o caminho mais seguro e educativo;
  • Escolher mudar algumas condutas e substituir por condutas positivas, desde de já. Escreva. Crie símbolos. Espalhe por onde passa (quarto, cozinha, sala de tv/vídeo game);
  • Escolher durante as férias atividades saudáveis e culturais para se envolver;
  • Planejar e escolher desenvolver um trabalho voluntário.

3 - Conduta de atitudes

  • Escolher e fazer um esporte: desenvolve o foco, saúde e disciplina;
  • Adotar seriamente uma agenda;
  • Organizar previamente o material. Mudar e reorganizar o quarto ou ambiente de estudo se for necessário e produtivo;
  • Uma semana antes de começarem as aulas, resgatar conteúdos do ano anterior e fazer novamente lista de novas condutas. Confirmar ou adequar aquelas escritas anteriormente;
  • Desde o primeiro dia de aula, estabelecer bom contato com os professores, principalmente os das matérias mais vulneráveis.
  • Toda lição de casa deverá ser realizada. É proibido dizer a si mesmo: isso não precisa; eu já fiz e sei que darei conta, etc..
  • Regular o sono, a alimentação desde uma semana antes das aulas iniciarem
  • Pedir auxílio e orientação aos pais para a realização das tarefas de organização
  • Fazer balanços das atitudes e desempenho a cada 15 dias
  • Procurar manter contato com a orientadora para certificar-se de sua conduta e exercitar sua postura de aluno.

A adolescência é um período muito rico de exercício de escolhas, averiguações entre causa e efeito, entre tempo e ação. Criação de métodos próprios de organização, atenção e foco. Confirmação de auto-estima, desenvolvimento da consciência e autoconhecimento.

Áreas cerebrais responsáveis por estas ações estão em pleno processo de lapidação e aperfeiçoamento. Neste sentido refazer um ano (para fazê-lo diferente), uma vez que foi o resultado alcançado, pode ser um período de crescimento, amadurecimento e fortalecimento do bom, correto e saudável. Desde que haja o desenvolvimento e fortalecimento de circuitarias cerebrais competentes e promissoras que certamente serão alcançadas por meio das mudanças de atitudes, da maior responsabilidade e exercício de competências e habilidades.

Sobre Adriana Fóz

Educadora (USP), pós-graduada em Psicologia da Educação (USP) e especialista em Psicopedagogia (Instituto Sede Sapientiae) e Neuropsicologia (CDN-Unifesp). Coordenadora geral do Projeto Cuca Legal – Programa de Prevenção em Saúde Mental nas Escolas (Psiquiatria/Unifesp). Pesquisadora CNPq em Neurociências na Educação.

Consultora e autora, lançou o livro “A Cura do Cérebro”, no qual narra sua história de superação.  Aos 32 anos, após sofrer um AVC (Acidente Vascular Cerebral), Adriana descobriu que é possível superar, aprender, conquistar competências e reabilitar capacitações por meio da Plasticidade Cerebral e Emocional.

Atende em consultório pacientes adolescentes e adultos para reabilitação neuropsicológica, com parceria interdisciplinar. Ministra cursos e palestras por todo o Brasil sobre temas relacionados à Neurociência na Educação, e recentemente vem levando a palestra “Plasticidade Emocional(*)” para o mundo corporativo, instituições e escolas.

(*) Plasticidade Emocional – conceito, de sua autoria, que se caracteriza por um conjunto de ações capazes de levar a pessoa com pequena ou grande limitação – física ou emocional –, à recuperação de capacidades e competências.


Publicado no Portal da Família em 06/02/2014

professora e alunos

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